GALERIA DE ARTE PÚBLICA - QUINTA DO MOCHO

O bairro da Quinta do Mocho já andou pelas bocas do país. Contudo, são poucas as pessoas que conseguem associar este lugar a um sítio bom, cheio de cultura, de arte e com magníficas experiências para dar. Este bairro, no concelho de Loures, foi, durante muito tempo, associado a conflitos e tantas outras coisas que lhe deram uma má imagem. Hoje, a população residente, e não só, luta para que outra imagem seja dada à Quinta do Mocho e para que todos nós comecemos a associá-la a todas as coisas boas que tem para oferecer. 

A Galeria de Arte Pública (GAP) da Quinta do Mocho é apenas um de três conjuntos de arte urbana espalhados pelo concelho de Loures, a par com tantas outras peças soltas, que surgiram livre e espontaneamente; os outros dois conjuntos são o da Quinta da Fonte, na Apelação, e o do muro do campo de jogos do Grupo Sportivo de Loures. A minha visita à GAP surgiu com uma visita de estudo, que tem vindo a tornar-se assídua no plano de atividades do décimo primeiro ano da minha secundária.


Aqui, encontram mais de 70 obras, com tamanhos, técnicas e temas diferentes, pintadas por artistas de todos os pontos do globo. Estas obras têm alterado o espaço público de todo o concelho de Loures; no que toca à Quinta do Mocho, tem-se vindo a desenvolver um projeto de intervenção social através da arte, tornando o bairro um sítio melhor para os seus habitantes e, em simultâneo, passando uma melhor imagem dele para quem está por fora. Na GAP, podem ver obras de grande dimensão e de enorme qualidade, sendo que a galeria é já largamente reconhecida pela comunidade artística como uma das maiores da Europa!

A obra que vêem aqui foi pintada por um artista português, o NARK e representa a tentativa da Europa de encaixar os refugiados que recebemos quando foram abertas as fronteiras, sendo então uma bela peça de sátira e crítica social.


A obra que vêem acima é da autoria do Astro, um artista francês, e ocupa quatro fachadas diferentes; essas duas que conseguem ver na imagem e uma de cada lado dessas, dando-nos a ideia de que fomos sugados para dentro da peça e que somos, também, parte dela. Foi feita em relativamente pouco tempo, para a dimensão que tem. Estando frente a frente com ela, é, de facto, uma obra de arte estonteante.


Esta foi uma das minhas obras favoritas das que vimos na visita, uma vez que não foi possível vê-las a todas! Foi pintada por um artista israelita, de seu nome UNTAY e representava uma figura feminina a largar o passado, através da representação das mãos, que não conseguem ver aqui, e a olhar para o futuro, através da disposição do rosto. Isto até um casal português ter passado por lá e ter notado na semelhança deste rosto com o da nossa Amália, quando jovem; após alguma pesquisa, uma vez que não conhecia a cantora, UNTAY reconheceu as parecenças e acrescentou à sua obra a mais portuguesa das palavras, uma que não tem tradução e que muito dificilmente se define - saudade.


Esta está marcada como a sexagésima primeira obra da Galeria de Arte Pública da Quinta do Mocho e tem assinatura portuguesa! Foi pintada pelo SKRAN, um artista de Almada, e as três faces diferentes representam, como devem calcular, o movimento. É uma obra exímia e completamente fascinante.


Novamente, uma das minhas obras favoritas da GAP! E, para além disso, uma obra muito especial! Para além da clara mensagem que pretende passar, quer com as duas mulheres representadas, quer com a frase escrita, esta obra do Coletivo Licuado, composto pelo Camilo Núñez e pela Florencia Durán, tem duas curiosidades que vos vão deixar de queixo caído! Em primeiro lugar, foi pintada com cores que não encontrarão em mais nenhuma parede da GAP, uma vez que foram os próprios artistas a misturar várias a fim de encontrarem estas tonalidades. A segunda, e ainda mais chocante, é que tudo isto foi pintado completamente à mão, com pincel, rolo e trincha.



Quando as obras terminaram de ser pintadas, os artistas tiveram direito a uma festa das que já são habituais no bairro! Num momento de descontração e alegria entre eles e os moradores da Quinta do Mocho, acabaram por ser pintadas outras pequenas obras, num largo entre vários prédios, como as duas que podem ver acima.

A nossa visita foi guiada por dois fantásticos e muito cultos guias, mas vocês podem ir ver a Galeria de Arte Pública sozinhos, orientando-vos a vocês mesmos. Se preferirem, há visitas guiadas no último sábado de cada mês! Deixo-vos então com mais algumas fotografias e com os contactos da GAP!



Escolho esta imagem para o fim propositadamente, como devem calcular, sendo que foi também a última que vimos na nossa visita. Isto é o bairro e o bairro é muito mais do que aquilo que dele se diz!

louresartepublica@cm-loures.pt | facebook 

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2 comentários

  1. Respostas
    1. Fico feliz por a ter apresentado então! Obrigada pela visita e pelo comentário, um beijinho.

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