Há muito tempo que queria ter um pen pal, de preferência alguém de fora do país, quiçá do continente até, que ia conhecendo lentamente através desta maneira tão tradicional de comunicar. As cartas sempre me fascinaram, acho que há nelas uma magia intemporal, bem como o quentinho no coração quando pensamos que alguém perdeu algum tempo do seu dia para se dedicar a nós. Além disso, também sou uma grande adepta da escrita à mão, talvez por tornar o texto mais real, mais nosso.
Recentemente, tornei-me postcrosser, através de uma amiga minha, que me apresentou todo o conceito, que me fascinou de imediato! A título de curiosidade, acho que também é giro referir que, atualmente, já imensa gente da minha turma abraçou o projeto, devido à criatividade e interesse da iniciativa. Hoje, vou falar-vos de postcrossing!
Criado por Paulo Magalhães, um engenheiro informático de Oliveira de Azeméis, o Postcrossing nasceu em 2005, devido a uma brincadeira de amigos a quem receber postais no correio fazia delícias! O Paulo sempre gostou de receber correio, em especial postais, e sabia que mais pessoas tinham o mesmo interesse, contudo, não havia nenhuma forma de os conectar uns aos outros. Com o objetivo de ligar pessoas que gostassem de postais, independentemente da sua idade, raça, género, crenças e, acima de tudo, independentemente do seu país, o projeto avançou num velhinho computador lá de casa e o que, no início, era um pet project transformou-se numa enorme plataforma, com mais de 700 mil membros, 213 países e já mais de 5 milhões de voltas ao mundo dadas!
E o melhor de tudo é que é muito fácil e simples! Depois de criarmos a nossa conta, especificando todas as nossas preferências - que vão desde querer receber postais apenas do estrangeiro, ou também do nosso país a estar interessado em trocas diretas, sendo que estas já não são organizadas pelo site -, o primeiro passo é pedirmos uma morada! Um endereço vai-nos ser atribuído aleatoriamente e, junto a ele, vão aparecer a biografia do nosso remetente, com os seus interesses e preferências, e um código - por exemplo, PT-123. Este código é tão importante quanto a morada para que queremos enviar o nosso postal, uma vez que é ele que o identifica; quando ele chegar ao destino, a pessoa que nos calhou deverá registá-lo e é só a partir daí que ele passa a fazer parte da nossa contagem. Para além disso, só depois do nosso primeiro postal enviado ser registado é que o nosso endereço passa a estar disponível para receber postais! Depois disso, é só continuar a solicitar endereços e a enviar postais, uma vez que o sistema trabalha de forma a que o número de recebidos e enviados seja equilibrado.
Deixo-vos com os dois primeiros postais que enviei - um para Taiwan e outro para a Croácia, acumulando uns belos 13 472 km já percorridos - e com a promessa de que serão dos primeiros a saber quando algo chegar à minha caixa do correio!
Deixo-vos com os dois primeiros postais que enviei - um para Taiwan e outro para a Croácia, acumulando uns belos 13 472 km já percorridos - e com a promessa de que serão dos primeiros a saber quando algo chegar à minha caixa do correio!